Pretendente ao cargo de líder da PF é amigo de Carlos Bolsonaro, investigado pelo órgão
O presidente Jair Bolsonaro, após exonerar Maurício Valeixo do cargo de diretor-geral da Polícia Federal (PF), tenta articular com ministros do Supremo tribunal Federal (STF) sobre a indicação de um amigo do seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), Alexandre Ramagem, para o cargo.
O filho do presidente é investigado pela PF pelo esquema de disseminação de fake news, enquanto o chefe do Executivo quer alguém próximo da família para apurar o caso. De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, a ação de Bolsonaro de enviar auxiliares às consultas informais aos ministros do STF é de antecipação no caso de barrarem o ato.
Alexandre Ramagem é o atual líder da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e foi chefe da segurança de Bolsonaro em 2018, então candidato à Presidência. Neste período, Ramagem teria se aproximado de Carlos.
Perguntado, em uma rede social, sobre a ligação entre Carlos e Ramagem, Bolsonaro respondeu: “E daí? Antes de conhecer meus filhos eu conheci o Ramagem. Por isso, deve ser vetado? Devo escolher alguém amigo de quem?”.
Vale lembrar que Sergio Moro, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, ao deixar o cargo revelou que Bolsonaro tem o interesse de colocar como chefe da PF alguém que ele tenha “acesso a informações” dos relatórios, e afirmou que a saída de Valeixo envolve “interferência política” na autonomia da PF.