Celso de Mello arquiva pedido de apreensão de celular de Bolsonaro, mas alerta sobre afastamento se ele não cumprir a lei

O Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, rejeitou nesta segunda-feira (01/06) o pedido de apreensão do celular de Jair Bolsonaro. De acordo com o decano da Corte, a decisão não significa que o presidente passará ileso pelos crimes de responsabilidade.

“É tão grave a inexecução de decisão judicial por qualquer dos Poderes da República”, disse. “Essa conduta presidencial configura crime de responsabilidade” afirmou o ministro.

O pedido de apreensão do celular do presidente foi feito por partidos políticos que queriam uma investigação nas conversas de Bolsonaro, para ser anexado ao inquérito sobre a interferência na Polícia Federal.

O Ministro do STF ainda se manifestou sobre as declarações de Bolsonaro, de que não entregaria seu celular caso a Justiça assim determinasse e alertou contra o descumprimento de ordem judicial.

“Notícias divulgadas pelos meios de comunicação social revelaram que o presidente da República ter-se-ia manifestado no sentido de não cumprir e de não se submeter a eventual ordem desta Corte Suprema que determinasse a apreensão cautelar do seu aparelho celular, muito embora sequer houvesse, naquele momento, qualquer decisão nesse sentido, mas simples despacho de encaminhamento dos autos… ao eminente senhor procurador-geral da República”, afirmou o ministro.