Com Bolsonaro, cresce o mercado de agrotóxicos ilegais no Brasil

Pesquisas apontam que o mercado ilegal de agrotóxico no Brasil tem aumentado. Entidades ligadas ao agronegócio realizaram levantamentos com base em informações disponibilizadas pela polícia e autoridades estaduais e estimam que o comércio ilegal pode representar até 24% do comércio nacional.

O Idesf (Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social das Fronteiras) foi um dos órgãos a desenvolver um relatório sobre o tema. De acordo com o Instituto, 20% dos agrotóxicos comercializados no país são de fonte ilegal. Em São Paulo, a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) acresce o número para 24%.

Agrotóxicos são utilizados nos campos de plantações para redução de fungos, insetos e plantas indesejáveis. No entanto, em contato com o ser humano, as substâncias podem causar graves efeitos colaterais. Doenças como câncer e doença de Parkinson podem vir a ser diagnosticadas após o consumo destes venenos.

De acordo com as entidades, a principal maneira de entrada destas substâncias é pela fronteira, em especial pelo Paraguai, país onde se tem pouco controle sobre a produção de agrotóxicos.

Em 2019, até o início de dezembro, o governo Bolsonaro liberou a utilização de 439 agrotóxicos no Brasil. O ritmo de liberação do ano passado foi o maior desde 2005, segundo o Ministério da Agricultura. Em julho do mesmo ano, o número de liberados chegava a 290 e não parou de aumentar, chegando a 353 em setembro.

Não só o comercio ilegal é prejudicial, como também a utilização licenciada pelo governo pode acarretar em graves consequências. Informações do Greenpeace mostram que durante os anos de 2007 e 2015, aproximadamente 84 mil pacientes foram registrados com problemas decorrentes às substâncias. Segundo o Instituto Nacional do Câncer, desde 2009, o Brasil é o maior consumidor mundial de produtos com agrotóxicos. Em 2017, por exemplo, o país utilizou 539,9 mil toneladas de pesticidas, conforme afirma o IBAMA.