Com cortes na área da pesquisa, provocados pelo governo Bolsonaro, país pode sofrer um apagão na ciência

Com a queda de 29% no orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) em 2021, apenas 13% dos projetos de pesquisa financiados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) conseguiram uma bolsa de pesquisa. A porcentagem equivale a apenas 396 dos 3.080 doutorados e pós-doutorados aprovados neste ano. 

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) teve seu orçamento diminuído de R$ 4,2 bilhões (2019) para R$ 1,9 bilhão (2021). As duas maiores instituições de incentivo à pesquisa científica dentro das universidades sofrem uma das crises por falta recursos, todas causadas pelo governo Bolsonaro, que tem como principal projeto acabar com a educação pública e de qualidade do país.

A situação coloca a ciência brasileira à beira de um apagão, com pesquisadores brasileiros migrando para outros países em busca de uma oportunidade. De acordo com especialistas da área, é difícil medir o tamanho atual desse fenômeno, conhecido como “fuga de cérebros”, já que ainda não existem dados oficiais sobre o tema.

O presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Luiz Davidovich, em entrevista à BBC Brasil, afirma que existe um aumento de jovens pesquisadores que partiram do país ou planejam fazer isso em breve. Para ele, a situação “mata o futuro sustentável do país” e que “o Brasil está dando esses jovens de presente para outros países”.