Com reforma de Temer, logo não teremos dia do aposentado

Nesta terça-feira ,24 de janeiro, comemora-se o dia do aposentado, uma data para homenagear aqueles que se dedicaram por muitos anos ao trabalho e que agora gozam do merecido descanso, custeado pela contribuição do tempo da ativa. Mas, com a reforma da Previdência proposta pelo governo ilegítimo de Michel Temer, logo a data deixará de fazer sentindo, uma vez que poucos trabalhadores se aposentarão e um grupo menor ainda poderá sobreviver da sua aposentadoria.

A data foi escolhida para lembrar e comemorar o histórico dia que foi aprovada a Lei Eloy Chaves em 24 de janeiro de 1923, marco lendário da Previdência Social no Brasil, criando a Caixa de Aposentadoria e Pensão para os empregados das empresas privadas das estradas de ferro, dando origem à Previdência Social, que hoje paga benefícios a mais de 22 milhões de pessoas.

Em 2017, a Previdência Social completa 94 anos de sua criação oficial no Brasil. Mas esse sistema corre perigo. A proposta de reforma da Previdência que foi encaminhada ao Congresso pelo governo federal – Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287 -, no final de 2016, penaliza as populações mais pobres e vulneráveis. Ela também abre espaço para a privatização do maior sistema de distribuição de renda da América Latina.

Desmonte da Previdência

O pacote proposto por Temer prevê aumento do tempo de contribuição com a mudança da idade mínima para a aposentadoria. Se hoje a idade média das pessoas ao se aposentarem é de 55 anos, caso a reforma de Temer seja aprovada, esta idade média pode ultrapassar 70 anos.

Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a PEC 287, ” é um passo a mais na corrosão da confiança no sistema da Previdência pública e, portanto, coloca em risco a Previdência Social e toda a estrutura de proteção social construída a partir da Constituição de 1988″.  Para a instituição, a PEC contraria políticas que buscam reduzir as desigualdades e torna a aposentadoria integral praticamente uma “utopia”, retardando em uma década esse direito do trabalhador que contribuiu para o sistema.

“A reforma da Previdência é um ataque brutal ao direito da população. O que eles estão propondo é que se trabalhe até a morte. As pessoas terão que trabalhar 49 anos para ter direito a 100% dos seus direitos. O que estamos dizendo é que grande parte da população não vai se aposentar e outra parte vai se aposentar sem direito integral. É o fim da perspectiva de um dia se aposentar e usufruir do descanso, fruto do seu trabalho.  Eles estão tirando a dignidade do nosso povo’, ressalta o presidente da CTB Bahia, Aurino Pedreira.

Será preciso muita mobilização dos trabalhadores para impedir a aprovação desta reforma, que prejudica todos os brasileiros.