Dia Nacional de Luta Contra o Golpe: Ditadura nunca mais!

O golpe militar-civil de 1964, que culminou em 21 sangrentos anos de ditadura, completa 57 anos no dia 1º de abril. Na data, a FASUBRA orienta as entidades de base a participarem do Dia de Luta contra o regime autoritário, marcado pela censura, tortura, assassinatos, perseguições políticas, desaparecimentos, e violação dos direitos humanos.

A ditadura de 64 foi um dos mais sombrios momentos da história política do Brasil. Relatório da CNV (Comissão Nacional da Verdade) reconheceu 434 mortes e desaparecimentos. Em âmbito estadual, pela ASSUFBA, Umberto Carvalho Bastos (in memorian) integrou a Comissão Milton Santos de Memória e Verdade, criada em 2013, com o intuito de recolher documentos e depoimentos necessários para contar o que aconteceu na UFBA (Universidade Federal da Bahia), a cerca de violações dos direitos humanos e das liberdades individuais naqueles dias.

A ditadura militar não pode ser esquecida. Não pode ser exaltada como faz Bolsonaro. Jamais deveremos repeti-la. É um momento propício para refletirmos sobre o autoritarismo tão presente no atual governo, e reafirmar a Democracia Popular que está fortemente ameaçada pelas forças conservadoras.

É uma ferida que ainda sangra e serve de aprendizado histórico. Para os trabalhadores é clara a noção de que a Democracia é indispensável e não pode ser violada. Nestes dias sombrios e de pandemia da COVID-19 a extrema direita bolsonarista incentiva a quebra da ordem promovendo e incentivando a população a contrariar as medidas sanitárias, favorecendo a disseminação do vírus e trazendo risco gravíssimo à manutenção do Estado Democrático de Direito. Estamos vigilantes!

Lamentavelmente, o governo Bolsonaro ganhou recentemente o aval da Justiça para celebrar o golpe de 1964. O caso chegou ao Judiciário em 2020, quando a deputada federal Natália Bonavides (PT) pediu a retirada de nota publicada em comemoração ao golpe no site do Ministério da Defesa. É inaceitável que o presidente da República comemore e celebre a barbárie, a tortura, o desaparecimento e as mortes de tantas pessoas, pelas quais famílias inteiras ainda buscam consolo e memória. É desdenhar da dor de todo o povo como já o fez e faz constantemente em relação à pandemia, na cara do país. Triste ver que o judiciário que deveria proteger a ordem democrática e preservar a memória da verdade se junte aos violadores dos corpos e dos direitos para promover uma narrativa mentirosa. Abaixo a violência! Pela memória e a pela verdade!

Desde o golpe político-jurídico-midiático de 2016, o Brasil convive com generalização e banalização da violência, repressão, destruição de direitos políticos, trabalhistas e sociais. Vivemos dias sombrios. É urgente barrar a escalada do ódio e do autoritarismo no país, ou muito em breve os brasileiros podem voltar a viver uma nova ditadura. As forças vivas da sociedade estão convocadas à luta democrática… Que não se repita. Ditadura nunca mais!