Dieese: funcionalismo tem greves por salário e contra reforma administrativa

Na atual conjuntura, de ataques aos direitos dos trabalhadores, as negociações têm sido mais difíceis. Na data-base julho, 59% dos 129 reajustes analisados pelo Dieese resultaram em perdas salariais, com reajustes inferiores à inflação medida pelo INPC-IBGE (Índice Nacional de Preços ao Consumidor, do Instituto Brasileiro de Geograϐia e Estatística). Cerca de 25% conquistaram aumento real. Reajustes iguais à inflação foram verificados em aproximadamente 16% dos casos.

Na resistência à ofensiva do governo Bolsonaro, os servidores públicos se destacaram. Das 658 greves ocorridas entre julho de 2020 e junho de 2021, 137 (21% do total) foram organizadas pelo funcionalismo público. No último bimestre desse período, o número de paralisações realizadas pelos trabalhadores do setor público pulou de 25%, em maio, para 36%, em junho.

Entre as principais reivindicações estão melhores condições de segurança, presentes em 43% das mobilizações, e relacionadas essencialmente à prevenção contra a Covid-19. O funcionalismo público tem realizado greves por salário e contra Reforma Administrativa, que mexe diretamente também com os rendimentos e o contrato de trabalho dos servidores (cada item representa 25% da pauta atual), todos temas interligados.

Luta

Os servidores públicos estão mobilizados contra a PEC 32, que desmonta o Estado. Em 29 e 30 de julho, em um esforço conjunto, as centrais e entidades sindicais realizaram o Encontro Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Serviço Público, que definiu as seguintes ações, algumas já realizadas e as demais em andamento:

1) Mobilização em Brasília em 03/08

2) Greve do setor público/dia nacional de mobilização – 18/08

3) Ações para mobilizar vereadores e deputados estaduais

a) Audiências públicas nas Câmaras Municipais e deliberação de moções contrarias à PEC 32;

b) Audiências públicas nas Assembleias Legislativas e deliberação de moções contrarias à PEC 32

4) Governadores e Prefeitos Visitas e demanda de posicionamento

5) Campanhas nos meios de comunicação Participação em programas de rádio e TV

6) Campanhas nas mídias sociais e conteúdos on-line

a) Difusão dos materiais da campanha

b) Curtir, compartilhar e seguir as redes da campanha

c) Difusão dos materiais das entidades, sindicatos e centrais sindicais;

d) Elaboração de conteúdos nas bases, criação de redes e canais de comunicação

7) Deputados Federais

a) Pressão sobre os parlamentares;

b) Utilização das redes sociais e de sites como Na Pressão;

c) Campanhas denunciando, nos estados e municípios, os deputados que votam contra os serviços públicos