Em discurso agressivo na ONU, Bolsonaro ataca países e liderança histórica dos indígenas

Na abertura da 74ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), na sede da organização em Nova York, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) abriu seu discurso dizendo que o Brasil estava “a beira do socialismo”.

As falácias do presidente não pararam por aí. Logo no começo do discurso, Bolsonaro atacou Cuba, dizendo que “a ditadura cubana” mandou médicos sem comprovação profissional, alegando que os mesmo exerciam trabalho escravo no Brasil.

“Em 2013, um acordo entre o governo petista e a ditadura cubana trouxe ao Brasil 10 mil médicos sem nenhuma comprovação profissional. Foram impedidos de trazer cônjuges e filhos, tiveram 75% de seus salários confiscados pelo regime e foram impedidos de usufruir de direitos fundamentais, como o de ir e vir. Um verdadeiro trabalho escravo, acreditem…”, disse Bolsonaro. 

Sobre a Amazônia, o presidente atacou um dos maiores líderes dos povos indígenas atualmente. Ele declarou que o Cacique Raoni é usado como “peça de manobra”.“A visão de um líder indígena não representa a de todos os índios brasileiros. Muitas vezes alguns desses líderes, como o Cacique Raoni, são usados como peça de manobra por governos estrangeiros na sua guerra informacional para avançar seus interesses na Amazônia”, declarou.

Em 32 minutos de discurso, o presidente ainda fez uma serie de referências religiosas, celebrou o golpe de 1964, insistiu que as queimadas na Amazônia são frutos de interesses econômicos estrangeiros, voltou a criticar a França e também acusou a impressa de ser manipuladora. Passou vergonha. 

 

Foto: ONU/reprodução