Em nota, centrais rechaçam PL da terceirização: “Proposta condena o trabalhador à escravidão”

Unidade, mobilização e resistência foram os sentimentos que nortearam a reunião da centrais sindicais (CTB, UGT, CSP – Conlutas, CUT, Força Sindical, Nova Central e CSB) na manhã desta quinta-feira (23), na sede da UGT, em São Paulo. As centrais se reuniram para seguir na luta contra a retirada de direitos promovidas pelo governo, que está traduzida em propostas como o Lei da Terceirização Irrestrita (PL 4.302/98, aprovado nesta quarta) e as reformas da Previdência e Trabalhista.

Há consenso de que a classe trabalhadora está sofrendo um ataque sistêmico, que tem como objetivo mergulhar a classe trabalhadora em um ambiente de retrocesso, precarização e escravidão moderna.

Ao se posicionarem sobre a terceirização, as centrais foram unânimes: “O projeto, aprovado nesta quarta (22), é um retrocesso e acaba com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e condena a classe trabalhadora à escravidão. Com mais de 12 milhões de desempregados, o trabalhador não pode ser ainda mais penalizado pelo governo para resolver a grave crise político-econômica do país”.

Centrais sindicais se reúnem para construir agenda de luta contra retrocessos

Os sindicalistas indicaram que haverá luta e já programam uma ampla agenda para reverter esse retrocesso. Para tanto, ao final da reunião assinalaram uma agenda para a próxima semana, que já compõe o debate para a construção da greve geral. Confira:

– 27/03 – Às14h – reunião das centrais para definir data da greve geral;

– 28/03 – Reunião com o Senador Romero Jucá – Na pauta: Terceirização (PL 4302);

– 29/03 – Reunião com o Ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira.

A reunião avaliou que a próxima semana será crucial para as lutas que se avizinham. E já destacaram que a mobilização e resistência nos estados será também fundamental nessa etapa.

Leia íntegra da nota das centrais:

A terceirização aprovada condena o trabalhador à escravidão

É inaceitável!

O projeto de terceirização, PL 4302/98, aprovado nesta quarta-feira, dia 22, é um retrocesso e acaba com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Com mais de 12 milhões de desempregados, o trabalhador não pode ser ainda mais penalizado pelo governo para resolver a grave crise político/econômica do País.

Essa terceirização promove uma reforma trabalhista e sindical. Aumenta a insegurança jurídica, acaba com os direitos trabalhistas, divide as categorias e permite que o setor patronal faça o que bem entender com os sindicatos dos trabalhadores.

O trabalhador ganhará menos, trabalhará mais e ficará exposto a acidentes de trabalho. O governo Temer e o Congresso Nacional atendem somente a interesses da classe empresarial.

As centrais sindicais condenam o projeto da forma que foi aprovado. Seguiremos firmes na organização de nossas bases, cobrando a abertura de negociações e a manutenção da proibição de terceirização na atividade fim.

As centrais sindicais reinteram todos os esforços de mobilização dos trabalhadores.

Adilson Araújo
Presidente da CTB

Ricardo Patah
Presidente da UGT

Vagner Freitas
Presidente da CUT

Paulo Pereira da Silva (Paulinho)
Presidente da Força Sindical

José Calixto Ramos
Presidente da Nova Central

Antonio Neto
Presidente da CSB