Encontro de pesquisadores em Libras é realizado em Amargosa

O I Encontro de Pesquisadores de Língua de Sinais do Recôncavo da Bahia (I Eplis) foi realizado no Centro de Formação de Professores (CFP), no campus de Amargosa, nos dias 23 e 24/10. Durante a conferência de abertura, o professor Nilson Damasceno da Universidade Estadual da Bahia (UNEB) falou sobre a importância do uso da Língua Brasileira de Sinais (Libras) na sociedade.

“A comunicação é feita pela língua, na comunidade surda, é pela língua de sinais. É através da língua que trocamos ideias, relacionamo-nos uns com os outros e, a partir disso, quebramos barreiras e solidificamos a inclusão social”, relatou Damasceno, que também atua no Centro de Capacitação de Profissionais da Educação – Wilson Lins, em Salvador.

Em sua opinião, é necessária a presença de um intérprete em Libras em todos os órgãos públicos. Da mesma forma, para ele, o atendimento do artigo 93 da lei Nº 8.213/91, que fala sobre a contratação de deficientes nas empresas, deve ser observada com práticas inclusivas, a mais importante, o ensino-aprendizagem da língua de sinais entre os funcionários da empresa. Sua fala foi traduzida pela intérprete e professora Aline Pontes do CFP/UFRB.

Na mesa de abertura do evento, o diretor Clarivaldo Sousa do CFP falou que, além da Administração Pública, todo cidadão brasileiro deve se comprometer com a aprendizagem de LIBRAS, de forma a promover a inclusão das pessoas surdas à sociedade. Ao seu lado, as coordenadoras do I EPLIS, as professoras Fabíola Barbosa e Emanuelle Félix do CFP. A servidora Jamile Ferreira da UFRB fez a interpretação em Libras da abertura.

“Acho que existe muita dificuldade de comunicação em relação ao surdo dentro da sociedade. É importante que as pessoas possam se desenvolver e, para isso, é necessário momentos como esse”, destacou a coordenadora Fabíola Barbosa, primeira professora surda da UFRB.

Já a professora Emanuelle Félix percebe a necessidade e urgência de políticas públicas de formação na região do Recôncavo da Bahia que possibilite ao surdo acesso ao conhecimento e à informação. “A política educacional para o surdo na Bahia carece de muitos esforços. Fator que deve ser discutido com a educação básica e fortalecida em toda região pra que haja fomento da pesquisa, da formação e que ocorra o entrelace de conhecimentos”, falou Emanuelle.

O evento contou com colaboração da Pró-Reitoria de Extensão (PROEXT/UFRB) e das prefeituras de Ipiaú e Amargosa. Mesas redondas, oficinas, minicursos e apresentações culturais também fizeram parte da programação.

UFRB