Inclusão no Ensino Superior é tema de Colóquio na UFRB

O acesso de estudantes com deficiência no Ensino Superior e a construção de atitudes inclusivas estiveram no centro do debate do “Colóquio sobre Inclusão no Ensino Superior: construindo caminhos para desconstrução de barreiras”, realizado na última sexta-feira (26), no anfiteatro da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), campus de Cruz das Almas.

O evento foi promovido pelo Grupo de Estudos em Educação, Diversidade Inclusão (GEEDI), em parceria com o Núcleo de Políticas de Inclusão (NUPI) da Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD), e reuniu estudantes e professores em torno de mesas temáticas que favoreceram a troca de experiências e destacaram a necessidade de políticas institucionais sobre inclusão. “Não precisamos de políticas assistenciais, mas de políticas que contribuam para o empoderamento das pessoas com deficiência como sujeitos de direito”, disse a pró-reitora de Graduação, Susana Pimentel.

A pró-reitora apresentou as ações que estão sendo desenvolvidas pela UFRB para acessibilidade das pessoas com deficiência física ou com necessidades educacionais especiais. Entre elas, destacou o mapeamento das condições arquitetônicas dos prédios da Universidade e a aquisição de aparelhos e softwares especiais para garantir a este público o desenvolvimento das atividades acadêmicas. De acordo com um levantamento realizado pelo NUPI, 10 estudantes com deficiência física estão matriculados na instituição. “Muitas vezes, esse estudante não sinaliza sua deficiência porque tem receio de ser excluído”, disse Susana.

Cultura da inclusão – Segundo o professor Teófilo Galvão, doutor em Educação pela UFBA e membro do Comitê de Ajudas Técnicas da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (CAT/SDH/PR), o número de estudantes com deficiência matriculados no Ensino Superior no Brasil é de menos de 1% em relação aos demais. No entanto, ele defendeu que a política de inclusão não deve ser encarada como “quebra-ganho” para um mínimo de estudantes. “Ela deve envolver toda a comunidade acadêmica e, de forma mais ampla, estar inserida na própria cultura da organização”, afirmou.

Galvão expôs as políticas públicas federais e as práticas atuais no âmbito da inclusão, destacando o pioneirismo da UFRB na organização de grupos e ações nessa temática. O professor apresentou como exemplo a aprovação em primeiro lugar, em nível nacional, do projeto da UFRB para compor a rede de Núcleos de Tecnologia Assistiva. A proposta aprovada pelo MEC irá receber entre R$ 100 mil e R$ 500 mil para elaboração de projetos de pesquisa, desenvolvimento ou inovação voltados à melhoria da qualidade de vida de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.

Universidade bilíngue – Ainda durante o Colóquio, a pró-reitora Susana Pimentel anunciou a intenção de que a UFRB seja uma universidade bilíngue. Para ela, mais importante do que reivindicar uma formação em língua estrangeira, estudantes, professores e técnicos devem ter uma formação continuada na Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS).

Nesse sentido, a UFRB irá ofertar a partir do mês de maio a capacitação em LIBRAS para servidores de seu quadro, prioritariamente do Centro de Formação de Professores (CFP). A iniciativa que vai ao encontro das palavras do diretor desse Centro, professor Clarivaldo dos Santos, para quem a inclusão deve ser pratica no dia a dia. “Todos temos limitações e qualidades que precisam ser trabalhadas”, disse.

Socialização de conhecimentos – Ao final do evento, foi lançado o documento “Estudantes com deficiência no Ensino Superior: construção de caminhos para desconstrução de barreiras na UFRB”. A versão online estará disponível no site da PROGRAD: www.ufrb.edu.br/prograd.

Fonte: UFRB