Julho das Pretas e pouco a celebrar. Número de mulheres pretas e pardas é cada vez maior no mapa da insegurança alimentar no Brasil

Na semana em que se celebra o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, os dados mostram que a realidade de mulheres brasileiras, pretas e pardas, é difícil. As estatísticas mostram que estas, muitas vezes chefes de família, estão em números crescentes no mapa da insegurança alimentar no país.

Desde o início da pandemia de Covid-19 no Brasil, a diretora do Quilombo Casa Akotirene, Joice Marques, notou uma diferença no tipo de público que passou a procurar a sua organização, localizada no bairro Ceilândia Norte, no Distrito Federal. Inaugurada em 2018, a casa começou os trabalhos com foco em atividades culturais voltadas para a comunidade – que é majoritariamente negra.

Segundo o 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil (II Vigisan), a cada 10 lares chefiados por mulheres ou por pessoas negras de ambos os gêneros, seis têm algum nível de insegurança alimentar. Entre famílias chefiadas por homens, independentemente de raça, o índice é de 53,6%; entre lares chefiados por pessoas brancas, é de 46,8%.

O país não oferece nenhum tipo de política pública para, ao menos, amenizar essa situação. E a carestia, segue deixando mais famílias pobres e sem condições de sobrevivência básica.