Maioria dos brasileiros afirma que a ditadura militar deixou rastros negativos

Pesquisa Datafolha mostra que, mesmo com a eleição de Jair Bolsonaro (um dos maiores defensores do golpe de 64, e de um dos maiores torturadores do período, Coronel Brilhante Ustra), a maioria dos brasileiros rejeita o rastro criminoso deixado pela ditadura militar no país.

De acordo com o levantamento realizado em dezembro do ano passado, 59% da população brasileira afirmam que o período militar deixou feitos negativos maior do que positivos. Esta porcentagem representa três a cada cinco entrevistados. Se comparado com 2018, a taxa de pessoas que possuem uma percepção negativa cresceu em 8%. Em 2014, o índice chegava a 46%.

Enquanto o governo de ultradireita de Bolsonaro e seus seguidores defendem a ditadura, 62% dos entrevistados preferem o governo democrático ao invés de uma ditadura. Para 22% é indiferente, enquanto apenas 12% são a favor. Em 2018, respectivamente, esses dados eram de 69%, 13% e 12%.

A maioria da população que avalia de forma positiva o período também caiu. Em um ano, taxa passou de 32% para 30%. Ainda segundo o Datafolha, os brasileiros que não possuíam opinião sobre o assunto também diminuíram de 17% para 12%.

O Datafolha entrevistou 2.948 pessoas, em 176 municípios de todas as regiões do país, entre os dias 5 e 6 de dezembro.