Mais de 20 mil baianos vão às ruas contra o golpe

Mais de 20 mil baianos foram às ruas de Salvador, na tarde da quinta-feira (31/3), para mais uma vez reafirmarem o compromisso com a defesa da democracia e contra qualquer tipo de golpe. Com muita alegria, os presentes caminharam da praça da Piedade até o Campo da Pólvora, onde colocaram flores no monumento em homenagem às vítimas da ditadura. Há exatos 52 anos, nessa data, aconteceu o golpe militar de 1964.

Vestidos de branco, em sua grande maioria, os manifestantes foram animados pelo Microtrio e gritavam palavras de ordem contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Representantes de partidos, centrais sindicais, dentre elas a CTB, sindicatos, movimentos da sociedade organizada, povo quilombola, índios, agricultores familiares, entre outros, estiveram presentes na atividade, que foi convocada pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.

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De acordo com Ana Guedes, militante do movimento de Direitos Humanos do PCdoB e membro da Comissão Nacional da Anistia, a caminhada na Bahia teve o objetivo de alinhar a luta contra a tentativa de golpe com os 52 anos da ditadura militar. “Aproveitamos a ocasião para prestar uma homenagem aos mortos e desaparecidos baianos. Ano passado, inauguramos um monumento no Campo da Pólvora, com o nome de 33 mortos e desaparecidos na Bahia. Lutamos contra a ditadura e não queremos passar por aquilo novamente.”

Presente no ato, Diva Santana, vice-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais e integrante da Comissão Nacional Sobre Mortos e Desaparecidos, fala da importância da atividade. “Essa data é sempre lembrada para que não aconteça nunca mais e para que as pessoas não esqueçam de todo o terror da ditadura. Sempre fazemos atividades no 31 de março e, no momento em que vivemos, é de extrema importância chamar a atenção da população para o tema. Além da homenagem, essa é uma manifestação contra o gole, em defesa da democracia e das liberdades. Nós que lutamos na Ditadura e sobrevivemos, estamos aqui para dizer não ao golpe.”