Mais de 4.500 profissionais de saúde morreram por Covid-19, aponta estudo

No auge da pandemia de Covid-19, entre março de 2020 e dezembro de 2021, morreram no Brasil mais de 4.500 profissionais da saúde pública e privada. Segundo o levantamento, que cruza dados de fontes oficiais, feito para a Internacional de Serviços Públicos (PSI, Public Services International, da sigla em inglês), pelo estúdio de inteligência de dados Lagom Data, oito a cada 10 entre os que morreram salvando vidas na pandemia eram mulheres.

A pesquisa, que faz parte de uma campanha documental da ISP que atua com o sistema das Nações Unidas em parcerias com a sociedade civil, evidencia a abordagem negacionista do governo Bolsonaro em relação à crise sanitária. 

Mesmo passando por muitas dificuldades, como falta de equipamentos de proteção, oxigênio, vacinas, medicamentos e dentre outros, os profissionais de saúde, que ficaram na linha de frente, seguem desvalorizados no Brasil. A exemplo da dificuldade de aplicação do Piso Salarial da Enfermagem, que encontra barreiras para ser implementado.

As mortes entre os profissionais brasileiros de saúde aconteceram de forma mais rápida do que da população em geral, principalmente quando acabaram os equipamentos de proteção individual, além de estarem mais expostos no começo da pandemia. Entre os profissionais que morreram decorrente da Covid-19, 70% eram técnicos e auxiliares de enfermagem, 25% enfermeiros e 5% os médicos.