MEC quer punir professores e servidores das IFES que manifestarem qualquer ato contra Bolsonaro

O Ministro da Educação, Milton Ribeiro, quer que professores sejam punidos por atos político-partidários nas universidades federais. Nesta semana, a Controladoria-Geral da União (CGU) abriu um processo contra dois professores da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel) que criticaram o presidente Jair Bolsonaro na internet. 

Um ofício encaminhado pela pasta no início do mês passado às Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) defendia a adoção de medidas para punir atos político-partidários. Mas, a orientação de Milton tem como foco calar professores e servidores a se opor contra o governo Bolsonaro.

A proposta ditatorial tem como base uma recomendação feita em 2019 pelo procurador-chefe da República em Goiás, o bolsonarista Ailton Benedito de Souza. Nas orientações, o MEC diz que a “promoção de eventos, protestos, manifestações etc. de natureza político-partidária, contrários ou favoráveis ao governo, caracteriza imoralidade administrativa”.

Além disso, é passível de punição comentários e atos políticos registrados “no espaço físico onde funcionam os serviços públicos; bem assim, ao se utilizarem páginas eletrônicas oficiais, redes de comunicações e outros meios institucionais para promover atos dessa natureza”, diz o documento.