No mês mais letal da pandemia no Brasil, Fiocruz alerta para os riscos de flexibilizar o isolamento social

O mês de abril se tornou o mais letal durante o enfrentamento à pandemia do coronavirus. Das 391.936 mortes registradas oficialmente pelo Brasil nesta segunda-feira (26/04), mais de 17% ocorreram neste mês, que ainda tem mais três dias pela frente.

As medidas de proteção adotadas entre março e meados de abril, pelos estados e municípios, estão sendo flexibilizadas. O Congresso Nacional aprovou recentemente um PL que coloca a educação como serviço essencial e várias escolas no país já sinalizam a volta às aulas.

Diante do cenário de flexibilizações, a Fiocruz teme que os números e indicadores positivos da última semana possam ser irrelevantes no médio prazo. Salvador é exemplo de cidade que já liberou locais que aumentam a curva de contaminação, como bares, shoppings, comércio e similares.

A Fiocruz discorda da flexibilização e alerta para a possibilidade de um futuro ainda mais sombrio. “Nas duas últimas semanas houve a estabilização do número de casos e óbitos por Covid-19, o que caracteriza a formação de um novo patamar de transmissão, com a sustentação de valores altos de incidência e mortalidade, como o ocorrido em meados de 2020. Se em 2020 o patamar ficou conhecido pelo óbito diário de 1 mil pessoas, nas próximas semanas este valor pode permanecer em torno de 3 mil óbitos. A alta proporção de testes com resultados positivos revela que o vírus permanece em circulação intensa em todo o país”, afirmou a Fundação.