Nota: ASSUFBA manifesta posicionamento contrário à proposição da Prefeitura de instalar leitos para tratamento da Covid-19 no Hospital Salvador

O Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Universidades Públicas Federais no Estado da Bahia – ASSUFBA SINDICATO vem a público manifestar posicionamento contrário à proposição da Prefeitura Municipal do Salvador, de instalar leitos para tratamento da Covid-19 , no Hospital Salvador, espaço onde está funcionando, desde setembro de 2017, a área assistencial e a UTI Neonatal da Maternidade Climério de Oliveira (MCO).

Para a ASSUFBA, a medida representa um risco à saúde de gestantes, puérperas, recém-nascidos, e do conjunto de trabalhadores da maternidade, uma vez que, conforme pareceres técnicos solicitados pela MCO e pela Ebserh, o hospital não oferece condição de isolamento entre as alas. Ou seja, os espaços comuns da unidade seriam compartilhados. Assim, as UTIs Neonatal e de Covid ficariam no mesmo andar, separadas apenas por uma divisória removível, e também haveria cruzamento entre os fluxos de pacientes na admissão e circulação para salas de exames de imagem, contrariando todas as normas que regem instalações hospitalares não exclusivas para doenças infecciosas.

Como agravante, nesta semana, um grupo de 239 cientistas de vários países publicou carta aberta solicitando que a OMS (Organização Mundial da Saúde) reconheça o potencial de transmissão da Covid-19 pelo ar, principalmente em lugares fechados, e atualize as medidas de proteção. Mais um fator que corrobora com o posicionamento da Universidade , aqui corroborado por nossa entidade representativa.

Atualmente, a MCO ocupa 52 leitos no Hospital Salvador, sendo 11 leitos de UTIN (Unidade de Terapia Intensiva Neonatal) e UCINCo (Unidade de Cuidados Intermediários Convencionais) e 6 leitos UCINCa (Unidade de Cuidados Intermediários Canguru), que atendem exclusivamente bebês; 23 leitos de alojamento conjunto, que atende mulheres e bebês; 4 leitos de isolamento; e 8 leitos de pré-parto, tendo uma média mensal de procedimentos obstétricos de 149, além de cerca de 100 partos.

A Universidade Federal da Bahia buscou diálogo e entendimento com os poderes públicos municipais sem sucesso, tendo sido necessário recorrer aos meios legais. O Ministério Público Federal emitiu parecer favorável à UFBA e, no dia 1º de julho, o Tribunal Regional Federal da 1ª região determinou a suspensão da instalação dos leitos Covid-19 no Hospital Salvador.

A ASSUFBA lembra que a Universidade tem cumprido seu compromisso social, tendo realizado uma série de iniciativas que visam ajudar no combate à Covid-19. Disponibilizou laboratórios para realização de exames e pesquisas, produz e fornece EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) e álcool em gel, além de seu indiscutível papel na promoção de estudos e pesquisas sobre os mais diversos aspectos da pandemia, contribuindo com os esforços para seu controle, encontro de tratamentos e métodos de prevenção à infecção.

A ASSUFBA Sindicato considera injustificáveis os ataques da Prefeitura Municipal do Salvador à Maternidade Climério de Oliveira e à Universidade Federal da Bahia, instituição que tem mantido a responsabilidade e comprometimento com a defesa do SUS, a prevenção, proteção e promoção da saúde.

A ASSUFBA SINDICATO reafirma sua posição em DEFESA da VIDA, da CIÊNCIA, da DIGNIDADE DA POPULAÇÃO atendida na MATERNIDADE CLIMÉRIO DE OLIVEIRA. Há outras possibilidades de expansão de leitos que não afrontarão à VIDA ainda tão INDEFESA de recém-nascidos, nem a SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE DAS MULHERES em momento tão delicado.