Nota da Direção Nacional da FASUBRA

O dia 24 de maio está na história da luta de classes brasileira. Foram mais de 150 mil pessoas vindas de todo o país que ocuparam a Esplanada dos Ministérios na capital federal, para lutar contra as reformas da previdência, trabalhista e gritar em alto e bom som FORA TEMER! O Movimento Ocupa Brasília foi convocado pelas centrais sindicais e teve a participação e apoio de movimentos sociais como MTST e MST, como também de várias organizações de juventude.

A FASUBRA sindical esteve presente e saúda todos os sindicatos filiados e os trabalhadores e trabalhadoras das universidades que estiveram  em Brasília, em conjunto com outras categorias. Mais uma vez o nosso chamado foi atendido, demonstrando a força e a importância da nossa Federação. Foram quase dois mil TAE de todo país que marcaram presença em Brasília para lutar em conjunto com milhares de outros trabalhadores. Construímos uma linda coluna em conjunto com os companheiros do ANDES e do SINASEFE, colocando o bloco da educação federal na rua.

A continuidade das lutas: construir uma nova greve geral, de 48h

A unidade das centrais vem cumprindo um papel muito importante na construção de um calendário de lutas unificado, mobilizando os trabalhadores na luta contra as reformas do governo ilegítimo de Temer e cumprindo um papel decisivo para a qualidade da resistência. Defendemos a continuidade da unidade de ação que construiu a greve geral do dia 28 de abril e o movimento Ocupa Brasília no dia 24 de maio. Nossas lutas provaram que podemos derrotar as reformas e derrubar o governo Temer; por isso é preciso continuar e defendemos que o próximo passo deve ser a construção de uma nova greve geral, desta vez de 48 horas. Queremos uma greve geral de maior alcance e mais impactante que a última; queremos parar a produção, circulação de mercadorias e os serviços públicos e privados!

Contra a violência, resistimos bravamente!

O governo ilegítimo, corrupto e impopular de Temer responde às manifestações com uma brutal violência policial, enquanto mantém relações promíscuas com o congresso nacional para a aprovação das reformas que retiram direitos da população! Eles querem que os trabalhadores paguem a conta da crise na base da repressão e da truculência.

Desta forma, denunciamos a estúpida e desproporcional repressão policial contra quem está lutando contra as reformas, pois lutar não é crime e os verdadeiros vândalos e baderneiros são o governo de Temer, seus ministros corruptos e o congresso nacional sem qualquer moral para continuar legislando. Fomos recebidos com um enorme aparato policial – spray de pimenta, bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha, cães, cavalos, helicópteros e armas de fogo. Não foram respeitados sequer os inúmeros idosos e até mesmo crianças que participavam da manifestação! Porém, a FASUBRA teve um importante papel na defesa dos lutadores e lutadoras. Organizamos nossa coluna, preparamos a resistência e montamos equipe de saúde. Agora, é necessário ampliar essa resistência: vamos seguir lutando e organizando a autodefesa; e por nenhum minuto a Federação irá orientar o recuo; não vamos nos intimidar com a violência policial, pois nada vai nos tirar das ruas!

A luta continua! É hora de construir uma saída para a classe trabalhadora

Derrotar as reformas e tirar o governo Temer são as tarefas que unificam o movimento e a direção da FASUBRA está  coesa em torno dessas tarefas, fundamentais para a conjuntura imediata. Temos comum acordo também de que o congresso nacional não tem condições de escolher um novo presidente da República; portanto, não apoiamos as articulações e acordos que estão sendo feitos nos bastidores da política pelas eleições indiretas. E, neste momento, sabemos da necessidade de se construir, também, uma saída para a classe trabalhadora. Sabemos que tanto na direção da FASUBRA, como no movimento, há distintas posições sobre qual seria a melhor saída para os trabalhadores e trabalhadoras diante da crise econômica e política. Nesse marco é que propomos discutir com a categoria, nas assembleias de base e nos fóruns nacionais da Fasubra, qual a saída política que queremos diante da crise conjuntural brasileira.

Continuar a pressão

O governo Temer precisa saber que não baixamos a guarda e, por isto, nós temos que seguir pressionando. Neste sentido, orientamos os sindicatos filiados a enviar representantes da base para Brasília no período de 05 a 08 de junho, para construirmos ações no congresso nacional e nos aeroportos, no sentido de pressionar os deputados contra a votação das reformas. Destacamos também o dia 06 de junho – data em que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) iniciará o julgamento da Chapa Dilma/Temer – como dia nacional de mobilização pelo Fora Temer e suas reformas! Precisamos denunciar, em cada base, esse Congresso de corruptos e o judiciário vendido: os trabalhadores nas ruas pressionando todas as instituições!

Por fim, fazemos um chamado a todas as trabalhadoras e trabalhadores, de todo o país, para valorizar a unidade de nossa categoria e também a unidade com o conjunto do movimento sindical e movimentos sociais. Por isso, a FASUBRA reafirma a importância de seguirmos construindo coletivamente os comitês de base nas comunidades universitárias, nos bairros, nas cidades e nas regiões, para avançarmos juntos nas lutas pelo Fora Temer e contra todas as reformas.