Ocupação do Consuni contra o autoritarismo do reitor

 

Ato dos técnicos da UnB no Conselho Universitário recebe o apoio  do Comando Nacional de Greve contra o autoritarismo do Reitor/ Foto Fasubra Sindical

Ato dos técnicos da UnB no Conselho Universitário recebe o apoio do Comando Nacional de Greve contra o autoritarismo do Reitor/ Foto Fasubra Sindical

Os trabalhadores técnico-administrativos em educação da UnB, em greve desde o dia 17 de março, frente a intransigência da administração superior da UnB em negociar a pauta interna de reivindicações, conseguiram incluir a discussão dos pontos de reivindicação no Conselho de deliberação máximo da Universidade. E por isso, marcaram um ato na seção do conselho de 25/04.

No entanto, no dia 24 enquanto realizavam atividade na porta do prédio da reitoria, os trabalhadores foram surpreendidos por uma atitude completamente injustificável por parte do reitor. Durante a atividade, o reitor partiu pra cima dos trabalhadores, e gritando palavras ofensivas e afirmando que quem manda na universidade é ele, exigiu o encerramento da atividade da greve. Como não foi atendido, achou por bem chutar uma cadeira, que foi destruída, e tentar intimidar os trabalhadores que lutavam por suas reivindicações para que se retirassem.

Assim, o Comando Nacional de Greve da FASUBRA deliberou o apoio aos técnicos da UnB, e se somou ao ato já convocado para o Cunsuni, que se tornou também um ato para expressar esse repúdio ao reitor. A representação da FASUBRA destacou o papel histórico da UnB, seus trabalhadores e estudantes, na luta contra o autoritarismo desde os tempos do regime militar. Lembrou também que uma das mais importantes reivindicações dos trabalhadores, a jornada de 30h, fazia parte, inclusive, das promessas de campanha do reitor, que após sua eleição mudou o discurso e passou a combater essa importante conquista. Por fim, exigindo uma retratação pública, apontou o absurdo do tratamento dispensado à categoria que é parte integrante da produção de conhecimento realizada pelas universidades e que não faz mais do que exercer seus direitos quando luta por suas reivindicações, e que nenhuma tentativa de intimidação poderia parar a luta dos trabalhadores.

O debate também tratou da necessidade de aprovar o apoio do Conselho Universitário à greve dos trabalhadores, com muitas defesas que se referiram a tradição histórica do Conselho que muitas vezes apoiou os técnicos em suas greves. Mas, apesar de ter apresentado um pedido de desculpas que ainda tentava justificar sua atitude, o reitor parece não ter se convencido realmente disso, pois encerrou abruptamente a sessão antes que o apoio à greve pudesse ser votado.

Esse episódio, assim como outros que ocorreram pelo país (como na UFVJM, ou na UFPR) se somam à resistência do governo em abrir negociações, num rol de lamentáveis atitudes antidemocráticas que é tarefa da categoria combater. Por isso, será necessária uma ampla campanha de denúncia dessas reitorias, e de exigência ao governo para que abra negociações imediatamente.

Fonte: Fasubra Sindical/ Edição: ASSUFBA Sindicato