Pandemia e isolamento social aumentam os riscos de violência doméstica

O período de pandemia e isolamento social devido o novo coronavírus também aumenta os riscos de violência doméstica. De acordo com a ONU Mulheres, a pressão causada pelo isolamento eleva a possibilidade de tensão dentro de casa, uma vez que diversas mulheres vivem relacionamentos abusivos e convivem com seu agressor.

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, por exemplo, revelam que em 26% dos casos em que as mulheres sofreram violência física, o acusado era o atual ou o ex-companheiro. Em outros 32% era uma pessoa desconhecida, além de 11% terem relatado que o agressor era alguma parente. Para a ONU Mulheres, ao ficarem expostas aos abusadores por um tempo maior dentro de casa, as denúncias por telefone se tornam mais difíceis.

O Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos divulgou que, na primeira quinzena de março, houve um aumento de 9% nos registros de ligações ao Disque 180, mas a pasta do governo acredita que este percentual pode ser maior, pois em alguns casos a presença do agressor em casa constrange a vítima a realizar a denúncia.

No entanto, os órgãos de proteção à mulher continuam em atividade durante a pandemia. Vizinhos, parentes, e as próprias vítimas podem denunciar à polícia sobre casos de violência sofridos ou suspeitados.