Pascoal Carneiro: Congresso Nacional da CTB vai discutir conjuntura nacional, Plano de Lutas e eleger nova direção

Em entrevista à ASSUFBA SINDICATO, o novo presidente da CTB Bahia, Pascoal Carneiro, falou sobre as perspectivas do 4º Congresso Nacional da CTB, que acontece em agosto, pela primeira vez em Salvador. Além de traçar estratégias para a saída da crise em que o Brasil se encontra, do evento saem a nova direção da Central e o Plano de Lutas.

 

ASSUFBA: O 4º Congresso Nacional da CTB acontece entre os dias 24 e 26 de agosto, em Salvador. Quais são as perspectivas?

Pascoal Carneiro: O Congresso acontece de 24 e 26 de agosto. As delegações internacionais começam a chegar no dia 22. No dia 24, ocorre um Encontro Internacional e no dia 25 começa propriamente o Congresso. Estão previstos 1.000 delegados e delegadas de todo o Brasil. Os Congressos Estaduais já aconteceram. O Congresso Nacional vai discutir o Plano de Lutas da CTB, o momento político do país, as reformas que estão sendo debatidas no Congresso Nacional, além de eleger a nova direção da CTB Nacional. Com certeza, vai ser um Congresso de um palco político importante para os trabalhadores porque dele vai sair a organização do enfrentamento que vamos fazer com esse governo golpista.

 

ASSUFBA: O Congresso acontece em um momento difícil no país. A conjuntura é adversa.

Pascoal: É um momento importante porque a CTB é a central que mais cresce no Brasil por sua política coerente e justa, por não trocar direitos dos trabalhadores por dinheiro, como muitas centrais estão querendo fazer. A CTB tem dito que o direito do trabalhador não está em negociação porque ela, de fato, defende os trabalhadores. Neste sentido, o Congresso vai ser um momento importante para que os delegados e delegadas possam debater e sair unidos em torno de uma plataforma de luta para garantir as conquistas trabalhistas.

 

ASSUFBA: A CTB é uma central relativamente nova, mas tem desempenhado um papel de protagonismo na luta em defesa dos direitos dos trabalhadores. Não é?

Pascoal: A CTB é nova, completa 10 anos em 2017 e, durante este período, tem sido protagonista de muitas coisas. Entre elas, a unidade das centrais sindicais. A CTB tem primado por manter o movimento sindical unido. Por isso a CTB propôs, desde a sua fundação, criar o Fórum das Centrais Sindicais, que unifica todas as políticas. Discutimos as questões importantes dos trabalhadores. E a CTB é o palco importante quando alguma central sindical está querendo negociar algum direito. A CTB entra como a central que busca trazer a coisa para os eixos da defesa dos interesses dos trabalhadores. É o pólo unificador das outras centrais sindicais.

 

ASSUFBA: A CTB Bahia também tem se destacado na luta em defesa dos trabalhadores. Como será a participação no Congresso?

Pascoal: A CTB Bahia é a maior seção estadual da CTB Nacional, com 40% de participação. Por isso a escolha do Estado para fazer o Congresso. É a primeira vez que uma central sindical busca o Nordeste para fazer o evento. A CTB respeita as diferenças de todas as regiões do país, mas os direitos são iguais para todos. Não temos discriminação. Isso faz com que a CTB tenha política no país todo e tenha seção em todos os estados da Federação. A Bahia tem direito a 356 delegados em um universo de 1.000. Estamos nos preparando para que todos participem, tenham voz e voto, que é a nossa importância. Um Congresso democrático. Nós acreditamos que o protagonismo no movimento sindical não está na cúpula e sim nos sindicatos. Por isso que a CTB tem respeitado e apostado muito na organização das entidades. Na Bahia, buscamos regionalizar a CTB, interiorizar a Central. Temos CTB Regional em 12 regiões do Estado. Onde tem direção funcionando e os coordenadores fazem parte da coordenação estadual da CTB. É uma organização um pouco diferente das outras centrais sindicais.

 

ASSUFBA: Quantos sindicatos na Bahia são filiados à CTB?

Pascoal: São 1.200. A participação no Congresso é proporcional ao número de filiados. A ASSUFBA, por exemplo, tem direito a 13 delegados no evento.

 

ASSUFBA: Então, os trabalhadores podem esperar no Congresso uma discussão rica sobre a atual conjuntura e as estratégias de luta?

Pascoal: Sim. Estão programadas algumas questões importantes. Hoje, a CTB é respeitada no mundo inteiro. Para se ter uma ideia, pela primeira vez no sindicalismo brasileiro, uma central sindical nova como a nossa tem o segundo cargo de maior importância na Federação Sindical Mundial. Temos um dirigente da CTB que mora na Grécia para conduzir o destino do sindicalismo mundial no FSM. E há a possibilidade de a CTB ser a coordenadora geral do próximo Congresso da Federação. Além disso, estão vindos centrais sindicais importantíssimas do mundo inteiro para o nosso Congresso. Vai ter um Encontro de Formação Internacional aqui na Bahia, Encontro de Aposentados e Pensionistas, com participação dos países que estão vindo, Encontro de Juventude Internacional e depois vamos fazer um City Tour com a delegação internacional. Enquanto isso, os nossos delegados brasileiros continuam debatendo o Plano de Lutas, as ações, a unificação e o futuro da classe trabalhadora no Brasil. Vai ser um Congresso muito rico, com muita discussão política.