Política de desmonte do governo Bolsonaro atinge os mais pobres

O governo de Jair Bolsonaro já provou que é a favor dos retrocessos. Em um ano de mandato, o presidente já provocou o desmonte na educação, na economia do país e um dos mais preocupantes: acabou com uma das políticas mais importantes de combate à fome, em um ano em que o Brasil bateu recorde com 6,5% da população abaixo da linha da extrema pobreza.

O desmonte das políticas de combate à fome começou assim que assumiu o governo. Bolsonaro (sem partido) extinguiu o Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional. A Consea tem uma história desde o governo Itamar Franco, onde faz parte do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan), que consiste em assegurar o direito a boa alimentação para toda a população do país. O programa foi reaberto no governo Lula e foi com ele que o Brasil deixou o Mapa da Fome das Nações Unidas, em 2014.

Bolsonaro não parou por aí. Outro alvo do governo é o programa Bolsa Família, que o mesmo prometeu não mexer, durante a campanha eleioral. No começo do ano, o governo já ameaçou que haverá mudanças, sem exemplificar quais.

O programa que tirou 3,2 milhões de pessoas da miséria e extrema pobreza no país, segundo o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), em 2018, sofreu uma baixa de 13,7% famílias que deixaram de receber o auxílio. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), o cenário tende a piorar, a verba do programa prevista para 2020 ficou em R$ 29,5 bilhões, abaixo dos R$ 32 bilhões que foram reservados em 2019.

A economista Tereza Campello, ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome durante o governo Dilma Rousseff, afirmou em entrevista ao jornal Brasil de Fato, que sem sombra de dúvidas nessa política atual que se encaminha o país, ele voltará para o mapa da fome. “É lógico que o Brasil está voltando para o Mapa da Fome. A gente deixa de ter o conjunto de elementos que tentavam promover um ambiente favorável para a alimentação saudável. No atual governo está sendo negada a segurança alimentar. O que a gente tem são ações concretas de desmonte da política”, critica.