Projeto defende que o SUS atenda demanda represada na pandemia

Apesar do avanço na vacinação contra a Covid-19, ainda pode ser prematuro o fechamento de leitos e ambulatórios abertos durante a pandemia. Por isso, o projeto de lei 3.468/21 defende que o SUS (Sistema Único de Saúde) mantenha a estrutura emergencial criada para o atendimento de pacientes com coronavírus.

Autora do projeto, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR) alerta sobre a gravidade do atraso no atendimento a outros problemas da saúde da população desde o início da pandemia. De acordo com o CFM (Conselho Federal de Medicina), cerca de 30 milhões de procedimentos médicos ambulatoriais do SUS deixaram de ser realizados entre março e dezembro de 2020 e o mesmo período do ano anterior.

“Por exemplo, os procedimentos realizados por oftalmologistas, sobretudo consultas e exames de mapeamento de retina e aferição da pressão intraocular (tonometria), caíram de 18,5 milhões em 2019 (março a dezembro) para 12,2 milhões. Um déficit de pelo menos 6,3 milhões (-34%) entre os períodos analisados”, informa o CFM.

Os procedimentos com finalidade diagnóstica tiveram queda de cerca de 20% em 2020, comparado ao ano anterior, o mesmo deve acontecer em 2021. É o que revelam os dados do Sistema de Informações Ambulatoriais do Ministério da Saúde. Pesquisa feita pela SBPC/ML (Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial) e pela CBDL (Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial), em março deste ano, mostra ainda que cerca de 43% dos entrevistados reduziram a busca por consultas médicas durante a pandemia.

Conforme a pesquisa, cerca de 58% dos entrevistados decidiram adiar a realização de exames laboratoriais. Além disso, como o Brasil fracassou na pandemia, no combate ao coronavírus, mais de 10 milhões de pessoas tendem a desenvolver algum tipo de sequela.

Para mudar o cenário, o Brasil precisa disponibilizar verbas emergenciais e coloca em prática políticas públicas que incluam realização de exames e consultas de urgência.