Reitores propõem a Dilma plano de expansão de universidades federais

Presidente teve encontro no Planalto com dirigentes das instituições. Intenção é organizar agenda de ampliação para os próximos dez anos.

Reitores de universidades federais apresentaram nesta quarta-feira (21) à presidente Dilma Rousseff, em reunião no Palácio do Planalto, uma proposta de expansão das universidades federais para os próximos dez anos.

De acordo com o presidente da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior), Jesualdo Pereira, ainda não há metas para aumento de alunos matriculados ou de criação de novos campi. Segundo ele, essa definição se dará após a definição dos recursos que poderão ser disponibilizados.

“Nós entregamos para ela um resumo-executivo, mas estamos trabalhando metas e indicadores e, com a sinalização dela, vamos passar a trabalhar com a perspectiva de financiamento para os dez anos”, disse.

O resumo-executivo é dividido em seis eixos (desenvolvimento nacional, desenvolvimento regional, inovação tecnológica, internacionalização, formação de professores e educação à distância) e propõe o planejamento dos investimentos a partir de 2015 e a criação de uma Agenda de Desenvolvimento das Universidades Federais. O objetivo é organizar “as ações de consolidação e expansão de acordo com a situação de cada uma dessas instituições”, de acordo com o texto entregue a Dilma.

Para financiar a expansão das universidades, a proposta é aproveitar recursos adicionais que podem vir com a aprovação do Plano Nacional da Educação (PNE), tramitando no Congresso Nacional, e que prevê a utilização de 10% do PIB para a educação. O plano proposto também já trabalha com a ideia de usar os recursos dos royalties do petróleo da camada pré-sal que serão destinados à educação.

Reuni

A intenção dos reitores é incentivar o crescimento das instituições depois do período (2003-2012) em que esteve em vigor o Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais).

O Reuni previa o aumento do número de vagas em cursos de graduação, ampliação da oferta de cursos noturnos, promoção de inovações pedagógicas e combate da evasão. De acordo com dados no site do Reuni, o número de cidades atendidas por universidades saltou de 114, em 2003, para 237 até o final de 2011.

“Esse novo projeto é um projeto que traz na sua concepção uma preocupação que o Reuni não teve. Nós queremos fazer um projeto para dez anos. O período do Reuni foi muito importante, mas foi muito curto para poder haver a consolidação, sobretudo, da infraestrutura física”, disse Jesualdo Pereira, reitor da Universidade Federal do Ceará.

De acordo com Pereira, os reitores fizeram a proposta a Dilma mesmo sem a conclusão de todas as obras do Reuni. Algumas universidades, em especial no interior do país, tiveram dificuldades para concluir os novos prédios previstos no Reuni, informou. Segundo ele, algumas enfrentaram problemas com as empresas contratadas, que abandonaram as obras e geraram dificuldades burocráticas para a conclusão. Outras, em municípios menores, não conseguiram concluir serviços como fornecimento de água e energia elétrica nos campi.

“A dificuldade que encontramos no interior é que não tem infraestrutura para instalar um campus. Eu me refiro à infraestrutura de água, de energia elétrica, de esgoto. Tudo isso demanda esforço da prefeitura municipal, é prerrogativa da prefeitura. A estimativa da Andifes é que, do total previsto no Reuni, 25% das obras não ficaram prontas”, declarou.

Juliana Braga – G1

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