Solenidade de recondução e posse do Reitor e Vice-Reitor lota o Salão Nobre da UFBA com fim de tarde festivo

O Salão Nobre da Reitoria da Universidade Federal da Bahia ficou lotado no final da tarde do dia 24/09.  A solenidade de recondução ao cargo do Reitor João Carlos Salles e do Vice-reitor Paulo Miguez cumpriu com galhardia e amplitude criativa as formalidades que se pede à cerimônia.

O sentimento de todos os presentes era de celebração à luta e à resistência que este evento representa frente à conjuntura política do país. No momento em que Salles entrou na Reitoria, sendo a representação máxima da vitória da democracia na UFBA, o Salão Nobre se encheu e derramou-se em incontidos aplausos por todos de pé. O toque dos atabaques pelos alabês abriu a cerimônia.

“Este Salão Nobre guarda a energia das ocupações, atos, assembleias, do Fórum Social Mundial”, disse Salles, mais tarde, depois de todos os ritos e formalidades da solenidade. A energia no ar estava, de fato, positivamente vibrante.

Miguez, o primeiro a discursar, saudou enfaticamente os Técnico-Administrativos em Educação, categoria que, segundo o Vice-reitor, dá vida à UFBA.

Os Técnico-administrativos em Educação, Renato Jorge Pinto/COM-HUPES, Coordenador Geral da ASSUFBA e mais Almira do Rosário/COM-HUPES, Francisco Vilares/MCO e Antonio Bomfim Moreira/BURMC membros do CONSUNI (Conselho Universitário), estavam na ocasião com sorrisos celebrando ao lado dos técnicos(as) que, em peso, marcaram presença na cerimônia.

Jorge, animado com o momento de vitória, relembrou os momentos iniciais do processo eleitoral da UFBA, que unificou a instituição em nome de um projeto. “Nós, técnicos, estamos com uma expectativa grande sobre essa gestão. No processo eleitoral, a Universidade superou as disputas internas em função da grave crise que vive. Essa unidade serviu para que agora a gente possa unificar ainda mais os setores progressistas, para inclusive enfrentar o quadro de restrição financeira, de forte ataque a universidade”, comentou.

O Coordenador Geral da ASSUFBA ainda enfatizou sobre a importância de ter construído o processo eleitoral junto a gestores que sabem da importância da categoria. “E é importante para nós, técnicos, ter uma gestão onde a gente possa ampliar as nossas conquistas: mais qualificação, mais capacitação, aumentar a visibilidade da nossa categoria, que a gente possa participar mais da gestão da própria Universidade, pois nós temos uma força de trabalho extremamente qualificada”.

A conjuntura do país esteve presente nos discursos de Miguez e Salles. Ambos reafirmaram o compromisso com a construção de uma Universidade pública, gratuita, inclusiva e de qualidade frente aos ataques constantes que o Sistema Federal de Ensino Superior tem sofrido.

João Carlos Salles reforçou que neste segundo mandato como reitor a conjuntura do país é sombria, não só pelas crises econômica e política, mas por um projeto político anti-universidade.

Salles enfatizou as questões sobre as investidas ferrenhas contra o conhecimento científico produzido no país que, segundo o reitor, quase em sua totalidade feitas nas universidades federais.

Salles continuou o discurso aguerrido falando das duras críticas da imprensa ao emprego dos recursos das universidades, principalmente aqueles destinados às políticas de ações afirmativas e permanência. Neste ponto, o reitor afirmou enfaticamente que “a universidade pública não é simplesmente uma instituição de ensino” e ainda acrescentou a necessidade de continuar a disputar a autonomia da instituição.

Paulo Miguez lembrou dos feitos da gestão anterior. Mencionou a criação da Ouvidoria, órgão fundamental no combates às discriminações ainda presentes no ambiente universitário. Expansão da UFBA com a inauguração do Campus de Camaçari Carlos Marighella. Também lembrou do acolhimento ao Fórum Social Mundial, evento internacional de profunda importância para construção de pensamento crítico sobre diversas temáticas e demandas do país e do mundo.

João Carlos Salles, após um longo discurso tratando de temas caros para aqueles que se importam com a Universidade enquanto um Sistema Complexo e Vivo, também tocou em feridas ao dizer que a universidade também é hostil, amparou no seu discursos aqueles que sofreram com o fascismo nos anos 30. E os que estão sofrendo no Brasil com a grande reprodução de discursos fascistas, anti-povo, anti-intelectual. Rememorou as transformações da UFBA que se tornou mais inclusiva nos últimos anos e se tornou, segundo o reitor, feita dos melhores ingredientes: “requinte e povo”.