Um mar de gente em Salvador em defesa da educação

Sem dúvida, a manhã desta quarta-feira (15/05) vai ficar para a história. Um mar de gente tomou o Centro de Salvador durante a Greve Nacional da Educação. Desta vez, a aula foi na rua. Técnicos, professores e estudantes ensinaram ao presidente Jair Bolsonaro (PSL) como se faz mobilização.

Todo o país parou em defesa da educação. Em Salvador, quase 100 mil pessoas participaram da passeata, que saiu do Campo Grande até a praça Castro Alves, nem mesmo a chuva que caiu no final desanimou. Os 26 estados e o Distrito Federal realizaram atos. Uma bela resposta aos ataques desferidos pelo governo Bolsonaro ao setor.

 

Recentemente, o MEC bloqueou 24,84% das chamadas despesas discricionárias. O valor total contingenciado, considerando todas as universidades, é de R$ 1,7 bilhão.

O Coordenador Geral da ASSUFBA, Renato Jorge, lembrou que a UFBA, UFRB, UFOB, UFSB e UNILAB foram atingidas com o bloqueio. A preocupação é grande, já que a contenção de despesas inviabiliza o funcionamento das instituições. “Esse governo odeia pobres, negros, LGBTQI+ e indígenas”. Ele não vai nos calar. Continuamos na resistência contra o desmonte da educação. A universidade é um patrimônio do povo e não pode ser vendida”.

Além do corte, outras ações têm sido realizadas, a exemplo do bloqueio das bolsas de mestrado e doutorado; projeto Escola sem Partido; sabotagem da ciência e tecnologia; fim dos concursos públicos; ataques à autonomia universitária; congelamento de salários; além da destruição da Previdência Social (PEC 6/19).

O presidente da CTB Bahia, Pascoal Carneiro, exclamou que “os estudantes e as entidades de classe estão dando uma verdadeira aula para esse governo fascista o que é democracia”.

O protesto foi bonito de ver. Técnico-Administrativos em Educação, estudantes, professores receberam o importante apoio de parlamentares, trabalhadores de diversas categorias e da população.

Durante o percurso, além de cartazes com dizeres como “Eu me armo de livro e me livro de armar”; “Balbúrdia é Bolsonaro”; “A nossa arma é a educação”; os manifestantes entoaram coro “Ei, Bolsonaro, unificou. É estudante junto com trabalhador”; “Que baixaria, educação não é mercadoria”; e “Educação na rua. A culpa é toda sua”.