Assufba discute políticas de saúde do trabalhador no Congresso da UFBA

 

O debate sobre os princípios e diretrizes para uma política de saúde para os trabalhadores da UFBA aconteceu na manhã de domingo (17/07), no Pavilhão de Aulas Reitor Felipe Serpa, antigo PAF I, Ondina, dentro da programação do Congresso da Universidade, evento que faz parte das comemorações dos 70 anos da instituição.

A atividade começou com a explanação do professor Paulo Pena, estudioso na área da saúde, que considerou ser preciso dar ênfase na promoção e prevenção, sobretudo, por conta do avanço na precarização das relações de trabalho. Atrelado a isso, afirmou que um dos desafios também é não deixar que as conquistas da UFBA na área sejam desestabilizadas.

A coordenadora de Desenvolvimento Humano da Prodep, Gisélia Santana, apresentou um perfil da força de trabalho na UFBA. Segundo os dados, de 2015, o número de técnico-administrativos chega a 3.195.

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O coordenador geral da Assufba, Renato Jorge, chamou atenção para o fato de a Academia não ter um estudo para identificar o adoecimento na comunidade universitária a fim de oferecer soluções. “A invisibilidade acontece, muitas vezes, em função da falta de pesquisa”. Alertou sobre o excesso de burocracia dentro da Universidade que inviabiliza ações produtivas e em relação à falta de estrutura. Para ele, com a chegada da Ebserh, as condições de trabalho pioraram, e muito. Sobre saúde do trabalhador, lembrou que os três pilares devem ser: promoção, prevenção e assistência.

Para o coordenador de Assuntos Jurídicos da Assufba e integrante da FASUBRA, Paulo Vaz, a mesa é acertada e o debate, pertinente. Colocou também que o Ministério do Planejamento se retirou, desde o ano passado, da discussão sobre a saúde do trabalhador no serviço público. Considerou a caminhada “daqui para frente, árdua, mas não impossível”.

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A diretoria do SMURB, Ana Márica Duarte, falou sobre o trabalho desenvolvido pelo Serviço Médico Universitário Rubens Brasil, que assiste 47.080 pessoas. Segundo ela, os servidores ocupam as primeiras posições no ranking de afastamentos por saúde mental.

Uma das debatedoras, representante da coordenação de Saúde do Trabalhador do Sindicato, Almira Rosário, pontuou os obstáculos para a promoção de assistência à saúde do trabalhador, mas ressaltou as propostas dos técnico-administrativos da UFBA para formulação de uma política na área.

Entre os anseios da categoria apresentados por Almira, a expansão das especialidades do SMURB; implementação do projeto Qualidade de vida do TAEs Ativos e Aposentados da UFBA; promoção de política clara de reabilitação funcional, além da disposição de espaços e atividades esportivas e culturais para os funcionários, como forma de promoção de saúde.

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Após as falas e o amplo debate entre os presentes, a pró-reitora de Desenvolvimento de Pessoas da UFBA, Lorene Louise, afirmou que “a partir daqui, vamos ampliar a discussão para um fórum permanente. Estamos começando, juntos, essa batalha”.

O coordenador da Assufba, Renato Jorge, acredita ser necessário um debate sincero e claro sobre diversas questões, como estrutura e financiamento do SMURB, impactos da Ebserh e condições de trabalho, a fim de que a Universidade seja aberta para todos.

Fotos: Foco Filmes