Ato em defesa das universidades e institutos federais na Alba fortalece luta em defesa da educação

Solicitado pela ASSUFBA e a AEXA (Associação de Ex-Alunos da Universidade Federal da Bahia), o ato em defesa das universidades federais, que aconteceu nesta segunda-feira (13/05), na Assembleia Legislativa da Bahia, reafirmou a necessidade de defesa da educação. Não é possível ter um projeto de nação sem a presença das instituições. 

Vale lembrar que o Ministério da Educação realizou, no final de abril, o bloqueio de 30% na verba das instituições federais de ensino, agravando ainda mais a situação das universidades de todo o país, que têm sofrido com contingenciamentos.

A atividade foi proposta pela deputada estadual Olívia Santana, que destacou que “este é um ato para estabelecer um debate qualificado e que seja capaz de elucidar os fatos, para garantir à sociedade a liberdade de pensamento com consistência e ouvindo o contraditório. E é isso que estamos fazendo aqui”. 

O Coordenador Geral da ASSUFBA, Renato Jorge, compôs a mesa e reafirmou a gravidade da situação. “O governo tem feito ataques às universidades e aos movimentos social e sindical. Os cortes do orçamento prejudicam a ciência, a pesquisa e a assistência. A ofensiva reforça o perfil discriminatório e intolerante da equipe de Bolsonaro. Essa iniciativa acontece porque a universidade mudou de cor. A presença dos negros na instituição tem incomodado”. 

O reitor da UFBA, João Carlos Salles, afirmou que as instituições estão fortemente ameaçadas com o bloqueio dos seus recursos, sobretudo de custeio. É um momento de unidade. A causa da educação é uma aposta em nosso país, em nosso futuro. Precisamos mobilizar a população para defender o patrimônio da sociedade, que é o ensino superior de qualidade, a nossa extensão, a autonomia universitária, garantir que a voz das comunidades se represente na escolha dos seus reitores”. 

Para o reitor da UFRB, Silvio Soglia, a justificativa do governo para o bloqueio, de que as instituições promovem balbúrdia e apresentam desempenho acadêmico baixo é absurda. “É uma campanha que tenta desqualificar e que não diz respeito ao dia a dia da nossa universidade”. A reitora da UFSB, Joana Angélica Guimarães, lembrou que as instituições têm passado por dificuldades financeiras há tempos. “Não se trata apenas de orçamento. Nunca ninguém atacou tão profundamente as universidades como este governo”. 

A diretora do Campus Malês da UNILAB, Míriam Reis, destacou que a universidade prima pela pluralidade, proteção acadêmica e que metade das vagas é reservada para estudantes oriundos dos países africanos de Língua Oficial Portuguesa. 

Presente no ato, a deputada federal e servidora licenciada da UFBA, Alice Portugal, lamentou que “infelizmente, a pesquisa, a ciência e a inovação estão sofrendo ataques, como o corte de bolses da Capes e CNPq. Do ponto de vista das universidades, o bloqueio de verbas se inicia de forma terrível, com a EC 95. As negociações sobre o Plano de Carreiras de servidores e professores também estão paralisadas. A verdade é que o governo ataca a inteligência traves do desmonte das universidades e dos institutos federais”. 

O presidente da AEXA, Weslen Moreira, acredita que a sessão terá consequências positivas no intuito de reverter a grave situação. “É possível que a partir da mobilização consigamos com que a sociedade faça o debate sobre a importância das unidades para o desenvolvimento da ciência e do país”.