Diretoria da FASUBRA se reúne com dirigentes da Andifes e do Andes para discutir ataques do MEC

Dirigentes da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) e do Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior) estiveram reunidos com a diretoria da FASUBRA Sindical para discutir ações contra os ataques sucessivos do MEC (Ministério da Educação) e da continuidade das ações conjuntas em defesa da educação. A reunião foi realizada na sede da Andifes, em Brasília.

Na atividade, os representantes das entidades fizeram um balanço da Greve da Educação, além de discutirem a ampliação do movimento, a paralisação do próximo 30 de maio, chamada pelos movimentos estudantis, o Decreto 9.794/19, de 14 de maio, que retira a autonomia das Instituições Públicas de Ensino (IPE) e exclui dos dirigentes a competência de nomear pró-reitores e outros cargos de gestão.

O presidente da Andifes, reitor Reinaldo Centoducatte, deu os informes sobre a reunião da entidade com o ministro Abraham Weintraub. Segundo Reinaldo, o ministro foi enfático em reafirmar a manutenção dos cortes na educação, afirmou que a negociação, se ocorrer, será individualmente com cada reitor, para averiguar a situação de cada universidade.

00O ministro ainda sugeriu que os reitores deveriam levar parlamentares dos respectivos estados para acompanhar a reunião, em uma tentativa de intimidar os dirigentes das instituições e barganhar votos para aprovar a proposta de reforma da Previdência – PEC 06/19.

O presidente da Andifes ainda desmentiu declaração do ministro durante audiência pública na Câmara dos Deputados. O ministro, na ocasião, disse que já havia recebido cinquenta reitores e que os dirigentes haviam ficado satisfeitos com as suas explicações. De acordo com Reinaldo, o ministro tinha recebido, na data de sua declaração, aproximadamente dois ou três reitores dos Institutos Federais.

Abraham Weintraub afirmou à Andifes que não se compromete em indicar o primeiro colocado na lista tríplice na consulta para reitores, uma vez que a lei permite que ele escolha entre os três mais votados e que não precisa respeitar o que a comunidade universitária decidir democraticamente.

Os reitores também questionaram os cortes de bolsas da Capes que afetaram vários programas de pós-graduação e o andamento de pesquisas que têm enorme relevância em todas as áreas da ciência. O ministro afirmou que só foram cortadas bolsas de programas com o nível 3 e que, portanto, aquelas sem maior importância. Os reitores argumentaram que algumas pós-graduações possuem esse nível de classificação por serem recém-criadas e não por serem mal avaliadas.