Equívoco: ao invés de baixar juros, Temer escolhe aumentar idade mínima e tempo de contribuição

O encontro do presidente ilegítimo Michel Temer com os líderes das maiores entidades sindicais do País para debater Reforma da Previdência terminou sem novidades – apenas confirmou o pacote de maldades preparado pelo governo para a classe trabalhadora.

A reunião ocorrida na noite desta segunda-feira (5) não correspondeu às expectativas dos presentes, que esperavam detalhes da proposta, mas foram surpreendidos com a informação de que o texto final só será apresentado nesta terça-feira (6) ao Congresso Nacional.

Temer apenas fez cena, deixou os sindicalistas cheios de dúvidas e desconversou a maioria dos questionamentos, deixando a discussão para a Câmara e o Senado.

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Acompanhado dos ministros da Fazenda e Casa Civil, Henrique Meirelles e Eliseu Padilha, o presidente somente confirmou as mudanças já anunciadas, entre elas, o aumento da idade mínima de aposentadoria para 65 anos (homens e mulheres) e a ampliação do tempo de contribuição, de 15 para 25 anos. Temer atribuiu o caos do País à Previdência e tentou vender a reforma como solução para a crise.

Para o presidente da CTB, Adilson Araújo, o encontro foi uma descortesia de Michel Temer com os convidados, atraídos pela promessa de discutir as mudanças. Ele disse ainda que o governo omite os números da Previdência para tentar justificar a reforma.

“O governo justifica que precisa atrair investidores. No entanto, tenta jogar o ônus da crise no colo do trabalhador. Os planos para a retomada do crescimento econômico não devem envolver a questão previdenciária. Com o mundo em retração, diversos países, sabiamente, discutem reduzir taxas de juros para aquecer a produção, o mercado. O governo brasileiro faz o caminho inverso – aprova uma Reforma da Previdência num momento em que os trabalhadores estão passando por um processo de profunda flexibilização dos direitos sociais e trabalhistas. O planalto esconde os números e opta por sonegar a informação. A previdência precisa ser debatida de maneira universal. Se levarmos em conta o tripé Seguro Social, Assistência Social e Saúde, os números fecham e a conta torna-se superavitária”, avaliou Adilson.

Pascoal Carneiro, Secretário de Previdência da central, acrescentou – “Esta reunião não trouxe nada de novo. Saímos com as mesmas informações que já tínhamos quando entramos aqui. Não trouxeram nenhuma informação a mais. Temer ainda nos preocupou ao dizer que dentro de pouco tempo deve haver outra reforma previdenciária. Na verdade, a intenção dessa mudança é retirar dinheiro e direitos do trabalhador. Esse encontro foi apenas para ele mostrar à imprensa que recebeu as centrais sindicais. Não entendi porque nos chamou aqui, se não estava disposto a dialogar”, criticou.

De Brasília, Ruth de Souza – Portal CTB

Foto: Valcir Araújo