Reações às possíveis fusões do MEC com outros ministérios são negativas até para ala neoliberal da política

A equipe de governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) estuda fundir pastas existentes do governo federal. Uma das propostas é retirar o MEC (Ministério da Educação) da administração e supervisão do ensino superior.  

O atual ministro da Educação, Rossieli Soares, declarou que seria mais simples ao próximo governo unir o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTIC) com o Ministério da Educação (MEC) do que o MEC com os ministérios da Cultura e do Esporte.

A proposta inicial de Bolsonaro é transferir o ensino superior, que é responsabilidade do MEC atualmente, para o MCTIC. O ensino básico, do infantil ao médio, continuaria a cargo do MEC. A proposta aguarda definição da equipe.

Complexidades do ensino superior

Sobre certas complexidades referentes a estrutura do ensino superior o próximo governo ainda não mencionou quais serão as estratégias adotadas. Estão sob administração do MEC autarquias e empresas ligadas ao ministérios, como a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que estão vinculadas ao ensino superior e também teriam de ter a supervisão transferida. O MEC também funciona como um órgão de controle e regulação do ensino superior no país.

Fusão entre MEC e MinC desagrada neoliberais

Em geral, as reações às reformas propostas por Bolsonaro não estão agradando nem mesmo os integrantes do governo neoliberal de Michel Temer.

Sobre a possível fusão do MEC com o Ministério da Cultural, o atual ministro Sérgio Sá Leitão afirmou que modelos institucionais mais avançados e eficientes no mundo são aqueles que combinam gestão da política cultural, o desenvolvimento da economia criativa, proteção dos direitos autorais e fomento às artes, além da identidade simbólica cultural do país.

Estruturalmente os modelos mais desenvolvidos, segundo o ministro, integram a área da cultura com esporte e turismo e utilizou como exemplo a Coréia do Sul.