Seminário: unidade e organização são as armas da luta democrática

Durante dois dias (08e 09/04), sindicalistas de diversas partes do país tiveram a oportunidade de esclarecer dúvidas e aprofundar seus conhecimentos sobre política e economia para direcionar suas ações no sentido de fazer o enfrentamento diário, durante a jornada de debates Dilemas e Desafios da Classe Trabalhadora, em São Paulo.

Os presentes iniciaram os debates acerca da importância da organização do movimento sindical em defesa dos direitos dos trabalhadores e contra a ameaça de retrocesso e de recrudescimento dos avanços obtidos ao longo dos últimos 12 anos.

A mesa de abertura foi composta por dirigentes de diversos segmentos, como trabalhadores rurais, marítimos, servidores públicos, educadores, entre outras, que explicitaram sua preocupação com a composição atual do Congresso Nacional, majoritariamente conservadora.

Joílson Cardoso abriu a mesa falando sobre a sintonia de ideias diante dos desafios postos para a organização da classe trabalhadora e as medidas em tramitação no Congresso, que colocam os sindicalistas em defensiva. Ele destacou a composição conservadora do Congresso e as medidas em discussão que prejudicam de forma irremediável a classe trabalhadora e a população, como é o caso do PL 4330 e das MPs 664 e 665.

Fortalecer o MTE

Severino Almeida, vice-presidente da CTB e presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Aquaviários e Aéreos, na Pesca e nos Portos (Conttmaf), defendeu o fortalecimento do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). “Estamos num momento delicado que demanda muita resistência e reflexão. Somos a única central com viés classista e precisamos defender os interesses dos trabalhadores contra esses ataques, mas para isso precisamos de um Ministério do Trabalho forte”, afirmou Severino Almeida.

Campo e cidade juntos

Representando os trabalhadores rurais, Sérgio de Miranda, secretário de Políticas Agrícolas e Agrárias da CTB, traçou um panorama da organização do campo dentro da Central. Sérgio enumerou as conquistas ao longo dos últimos anos, advindas da luta do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadores Rurais (MTTR), bem como as pautas que ainda desafiam os campesinos.

Organização é fundamental

Adilson Araújo, presidente nacional da CTB, definiu o atual cenário político internacional com um quadro de aguda crise e profundo acirramento da luta de classes. Para o sindicalista, os desafios para a classe trabalhadora estão postos e são claros: partir para a luta que não cessa.

“Cresce o desemprego em todo o mundo, a ofensiva bélica, as agressões aos povos, aumentam as tropas militares, o esquema de espionagem nunca esteve não presente, a vida passou a ser um verdadeiro reality show observado pelo imperialismo, não tem sido fácil”.

Ele ressaltou que mesmo nesse cenário de incertezas a CTB conseguiu se consolidar e crescer, se tornando a central que mais cresce no Brasil, e com isso também aumentam as responsabilidades. “Nada mais justo do que uma organização classista lutar para defender o projeto em curso, não perder direitos e garantir avanços. Mas para isso, o movimento sindical vai ter que sair da apatia”, destacou.

O sindicalista defendeu a unidade de ação, com uma ampla frente democrática dos partidos progressistas e movimentos sociais em defesa da democracia, a Petrobras, a engenharia nacional e o crescimento econômico com garantias sociais. “Vencemos nas eleições, mas perdemos na política. O Congresso Nacional que temos hoje é o mais conservador desde 1964 e não hesitará, como já foi comprovado, em aprovar medidas que atingem diretamente os trabalhadores”, garantiu.

Para mudar essa situação e o foco do Congresso é preciso que a classe trabalhadora, movimentos sociais e sindicais ocupem as ruas, para impor a agenda do povo brasileiro e derrotar a ofensiva da direita. “Vamos tentar dialogar com o governo e contribuir com a unidade da esquerda, dos movimentos sociais e dos partidos progressistas para fortalecer este projeto. Claro que este não é o projeto dos nossos sonhos, nós defendemos o socialismo, mas precisamos seguir neste rumo progressista”, reforçou o presidente da CTB.

Fonte: CTB