Superministro Paulo Guedes deve ter lucro pessoal com reforma da Previdência

O site de jornalismo investigativo The Intercept Brasil realizou um levantamento que mostra o conflito de interesse dos investimentos do superministro da Economia, Paulo Guedes, e o plano econômico indicado pelo mesmo ao assumir o posto.

Há uma grande possibilidade dos atos de Guedes virarem crime de prevaricação (utilização de cargo público para benefício próprio).

Segundo o levantamento do site, os investimentos pessoais do ministro e a agenda econômica adotada por ele no governo federal poderão render altos lucros pessoais.

A trajetória recente de Guedes foi como presidente da Bozano Investimento, gestora de recursos sediada no Rio de Janeiro. Após a vitória de Jair Bolsonaro para presidência da República, ele anunciou que venderia suas ações até 1º de janeiro de 2019.

Os investimentos aplicados por Paulo Guedes indicam que para serem rentáveis dependem de privatizações nas áreas de saúde, educação e energia, como também de reformas ultraliberais no setor financeiro, de varejo e construção civil.

Um dos principais investimentos da Bozano é em ações do Bradesco e da B3. A partir das declarações de Guedes, como a da reforma da Previdência sendo ideal para o crescimento saudável e sustentável do país, os maiores beneficiados são os bancos privados, principalmente pelo sistema de capitalização proposto pelo superministro da economia.

No sistema de capitalização cada trabalhador contribui exclusivamente com sua própria conta de aposentadoria, acabando com o atual modelo tripartite de contribuição (trabalhador, empregador, estado) e de repartição, em que a contribuição de cada um serve também para pagar aposentadoria de outros cidadãos.

Os bancos privados são os maiores beneficiados com o modelo de Guedes, que tem alinhamento que banqueiros e com o mercado financeiro, que poderão ser atendidos pela ultraliberalismo do economista, em detrimento dos trabalhadores brasileiros.

Vale lembrar que hoje apenas os bancos públicos são beneficiados com o dinheiro da contribuição previdenciária.

Nos primeiros nove meses de 2018, o Bradesco, na qual a Bozano investe, lucrou 2,6 bilhões somente com o segmento “Vida e Previdência”. O montante representou 18% de todo o lucro do banco no mesmo período.

O mercado que se abre para os bancos com o fim do monopólio pelo INSS na administração das aposentadorias da CLT é imenso e o futuro dos trabalhadores fica colapsado.