Técnico-administrativos da UFBA decidem pela continuidade da greve
Com 80 dias de greve, os servidores técnico-administrativos da UFBA realizaram assembleia, na manhã desta quarta-feira (24), na Faculdade de Arquitetura da UFBA e decidiram pela continuidade do movimento. A greve iniciada nacionalmente em 6 de junho é pela campanha salarial 2011.
“Estamos num momento decisivo de nosso movimento. Precisamos de “nosso pedaço” nesse orçamento, e só temos quatro dias úteis até o dia 31 de agosto. Resolvemos, então, pedir o apoio das centrais sindicais e dos parlamentares para que intercedam junto ao governo, porque nós queremos aumento salarial em 2012”, argumentou a coordenadora geral da ASSUFBA Sindicato, Nadja Rabello.
Durante a assembleia, a categoria foi informada sobre a importância das atividades desenvolvidas em Brasília pela caravana nos dias 9,10 e 11 de agosto. O coordenador de Formação Sindical, Antônio Bonfim Moreira esteve no Comando Nacional de Greve por 20 dias e relatou que os caravaneiros da Bahia fizeram a diferença na Capital Federal. “Foram dias de muito sacrifício, de completo desprendimento. Quem esteve lá sabe disso, porque acampamos num período de muito calor e tempo seco em Brasília. O reflexo disso tudo, e que fica, é que o nosso dever foi cumprido. Garantimos o debate democrático e conseguimos nos impor, sendo recebidos pelo MEC”, enfatizou.
Bonfim lembrou também que a categoria é a única que não está tendo acesso a informações e não está podendo firmar acordos. “Nós não vamos permitir que se repita o que aconteceu em 2005 quando fizemos mais de 100 dias de greve, e acabou que os recursos beneficiaram outra categoria, que não fez qualquer esforço”.
PL 1749
Embora se diga que o PL1749/2011 apresenta mudanças, a coordenação da ASSUFBA afirma que o projeto tem as mesmas características da MP520/10, que privatizaria os hospitais universitários. De acordo com Cássia Maciel, coordenadora de Comunicação da ASSUFBA, o PL assume uma postura de ataque à autonomia universitária no que se refere ao ensino, à pesquisa e à extensão, além de permitir o atendimento a conveniados, restringindo assim o atendimento pelo SUS e de prever a contratação de recursos humanos por tempo limitado, via CLT.
“Temos que abandonar dicotomias e lutar efetivamente pelo que reivindicamos. Sugerimos que as seções sindicais dêem visibilidade aos efeitos nocivos do PL 1749/2011 por meio de ampla divulgação e manifestações pela sua rejeição. Precisamos continuar mobilizados em defesa dos hospitais universitários”, ressalta a coordenadora.
25/08/2011